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Aproximação do periodo úmido somado à nova aversão ao risco nos preços trás alerta para as contratações

  • gestao090
  • 2 de out.
  • 4 min de leitura

Já há estudos do Operador do Sistema sobre a mudança no regime de chuvas no Brasil. Os últimos 10 anos foram mais irregulares que o normal o que acendeu uma alerta e alterou a forma de operar os preços de Energia. Neste InfoBase discutiremos cenários para suportar as decisões de compra de Energia.


Nos últimos 10 anos, as principais bacias do país passaram mais tempo secas do que cheias.


Além de uma percepção cotidiana, os dados também mostram que o regime de chuvas no Brasil mudou bastante nos últimos 10 anos, O volume de chuvas manteve os reservatórios mais secos do que com grandes volumes armazenados no período analisado.

Mesmo em anos de exceção com índices de bons índices de chuvas, o armazenamento histórico tem se mostrado abaixo do dos indicadores na maioria dos anos.

Este cenário trouxe reflexões sobre o modelo de preço em 2025 somado ao farto que o modelo que faz a previsão dos reservatórios não é atualizado há décadas e por causa disso não leva em consideração as mudanças climáticas.

De acordo com especialistas, a falta de previsibilidade dos recursos é um fator que pode agravar a crise de energia. Ainda, conforme a análise, o cenário de estiagem prolongada se repete em diferentes regiões. Os dados do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) mostra que nas bacias hidrográficas mais estratégicas do país — como Paraná, São Francisco e Tocantins —foi marcada na última década por uma sequência de secas cada vez mais severas. (Fonte: G1)

A preocupação vem, pois, essas bacias atendem as principais hidrelétricas nacionais como Furnas, Sobradinho, Porto Primavera, Itaipu, Rosana, Tucuruí, Serra da Mesa e Três Marias.

A figura abaixo, mostra o balanço entre chuva e vazão do reservatório de Furnas, à título de ilustração da situação e dos momentos de seca.

Figura 1 - Balanço Chuva Vazão de Furnas. Fonte: G1
Figura 1 - Balanço Chuva Vazão de Furnas. Fonte: G1

Na sequência, a figura que ilustra a situação do reservatório de Itaipu:

Figura 2 Balanço de chuvas no reservatório de Itaipu. Fonte: G1
Figura 2 Balanço de chuvas no reservatório de Itaipu. Fonte: G1

Efeitos das mudanças climáticas


Por hora, o modelo usa os dados passados para prever as condições futuras de entrada de água e armazenamento.

Isso porque o ONS ainda baseia suas previsões em parâmetros de probabilidade que são estimados a partir de séries históricas e desconsidera a previsão dos efeitos do aquecimento global e das alterações no regime de chuvas.

Um exemplo é a bacia que atende o reservatório de Serra da Mesa, em Goiás, o maior do Brasil em volume de água, com capacidade de 54,4 bilhões de m³. A análise mostra que:

Até 2013: seguia-se o padrão de alternância entre estiagens e cheias. O maior período de seca até então havia sido de 1998 a 2000 — uma estiagem de dois anos, intensa, mas sem atingir níveis extremos.

Depois de 2013: inicia-se uma sequência de seca que se estende até 2020 — sete anos seguidos. Nesse período, a intensidade da estiagem superou todas as marcas anteriores. Desde então, foram registrados curtos intervalos de cheia, que não duraram sequer um ano.

Completando a visão, A doutora em hidrologia e pesquisadora do Cemaden, Adriana Cuartas, que também faz o monitoramento de bacias, explica que há alguns anos os pesquisadores perceberam que, depois da crise de 2015, as bacias não voltaram a um ciclo normal. Segue ainda a pesquisadora:

“Desde então, o padrão que temos é de seca e secas cada vez mais extremas. Quando temos um breve período de normalidade, em poucos meses o reservatório volta a um ponto crítico porque não há chuva suficiente para repor a água que estamos usando”.

Para Adriana, o país não vem vivendo crises que são pontuais, mas um novo normal do clima, reflexo do aquecimento global e ao desmatamento, que muda o padrão de chuvas.


Há um ponto cego no sistema?


Diante do cenário, é natural se questionar se o modelo de preços está ignorando um novo normal ou um ponto cego. Atualmente, o ONS utiliza um modelo de previsão para estimar a situação dos reservatórios nos próximos cinco anos.

Como esse sistema funciona:

• A ferramenta se baseia em dados desde 1930;

• Os dados são atualizados, mas ao tentar prever o futuro, ele usa estatísticas que levam em conta o que aconteceu nos últimos 95 anos;

• Os dados mais antigos, correspondentes aos períodos mais úmidos, acabam prevalecendo nas estimativas das estatísticas sobre os dados mais recentes, que são dos períodos mais secos.

Com isso, é bastante plausível a hipótese que o sistema esteja “enviesado” com abundância de chuvas, que se frustram, ano após ano. Daí, na eminência do risco, aciona-se térmicas com as bandeiras sendo cobradas.

No entanto, a situação que era para ser exceção, está virando realidade com praticamente apenas um período de 20 meses em que as bandeiras permaneceram no patamar verde de forma consecutiva.


Perspectivas para 2025/2026


Diante do novo cenário, houve uma mudança nos parâmetros de aversão ao risco por parte do ONS. O modelo, apesar de ainda usar os dados passados de chuvas, “carregou” mais peso nos meses de pouca água e coloca os preços para cima na tentativa de enviar um sinal econômico mais aderente à oferta.

Essa mudança ocorreu em 2025 e será mantida em 2026. Para o PMO – Planejamento Mensal da Operação, do mês de setembro, o Operador enxerga médias de chuvas abaixo dos volumes históricos (Submercado Sudeste):

Figura 3 Expectativa de chuvas para setembro/25. Fonte: ONS
Figura 3 Expectativa de chuvas para setembro/25. Fonte: ONS

Naturalmente, setembro é um mês seco, mas ainda sim, é esperado apenas 59% das chuvas médias para esse mês, comparado com os volumes passados.

Para outubro/25, ainda com bastante incerteza, as chuvas devem retomar, mas ao que parece, os índices reforçam os cenários de menos água como um novo normal.


 
 
 

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